Ingressantes em 2014

Ingressantes em 2014

Escritas da memória: autoria e identidade cultural

Resumo: O maior problema do professor na Educação de Jovens e Adultos é lidar com a multiplicidade de saberes e de modos de apreensão da realidade: os alunos chegam à escola com níveis variados de letramento e com um saber forjado por outros sistemas de cognição e de compreensão do mundo. Assim, este trabalho de pesquisa pretendeu estudar a relação entre letramento, escritas da memória e identidade cultural. O objetivo principal foi verificar até que ponto a prática pedagógica com escritas da memória contribui para o letramento de adultos oriundos de culturais orais e que tiveram pouco contato com a palavra escrita. Partiu-se da suposição de que o trabalho com as escritas da memória propiciasse o sentimento de pertencimento e levasse o aluno a construir uma imagem de si mesmo como sujeito-autor de sua escrita, compreendendo-a como prática social significativa. Com efeito, ao relembrarmos o passado, confrontamos valores, crenças e sentimentos do presente com valores, crenças e sentimentos do passado. Vozes, imagens, sons, cheiros, o passado nos assalta, e ressignificamos sentidos há muito perdidos. O espaço da memória é também o espaço da ressignificação: o espaço de construir e reconstruir representações e identidades, de acordo com os modos como, ao nos fazermos sujeitos da memória, nos ancoramos ou nos engatamos em um e não outro discurso, em um e não outro sentido. Ou seja, construímos representações do passado de acordo com as representações que fazemos do presente, e tanto umas quanto as outras são atravessadas pelas representações social e historicamente construídas.Há como que um liame ou um entrecruzamento de representações, a partir do qual forjamos uma identidade que é individual e ao mesmo tempo coletiva.Nesse movimento, negociamos significados e nos inserimos no jogo das configurações e reconfigurações das relações de poder que se consubstanciam no e pelo discurso.A metodologia desta pesquisa dividiu-se em três etapas: a aplicação de sequência didática abordando o gênero textual autobiografia e suas especificidades; coleta de dados (textos escritos pelos alunos, fichas de acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, questionários de perfil sócio-econômico e cultural); por fim, a análise qualitativa dos dados.Fundamentaram esta pesquisa os conceitos de autonomia (FREIRE, 2002), agência (BAZERMAN, 2006, 2011, 2015; KLEIMAN, 2006), autoria (POSSENTI, 2002; TFOUNI, 2005, 2010), letramento ideológico (STREET, 2014) e memória coletiva (HALBWACHS, 1990; BOSI, 1979, 2003). Concluiu-se que, ao fazer da palavra escrita uma forma de reviver sua experiência por meio do discurso da memória, o aluno ressignifica a prática letrada, reconceitualiza-a: a palavra escrita lhe pertence e ele é pertencido por ela.

Autoria: Francesco Antonio Capo

Orientadora: Profª. Drª. Norma Seltzer Goldstein

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Poesia de resistência na escola pública: compromisso ético e formação de identidade

Resumo: Esta dissertação tem por objetivo focar questões voltadas em torno de textos poéticos produzidos por estudantes que participaram do projeto Arte e Intervenção Social, realizado nas aulas de contraturno da E.M.E.F. Prof. Aurélio Arrobas Martins, entre 2013 e 2016. Neste trabalho, buscamos (i) examinar as ações desenvolvidas no projeto Arte e Intervenção Social, de modo a apontar práticas educativas relacionadas à educação estética, que visam promover o protagonismo, a autonomia, a produção de cultura, tendo como base linguagens poéticas; (ii) descrever o encaminhamento das atividades didáticas para produção de textos poéticos; (iii) analisar os textos poéticos nucleados pelos temas do compromisso ético, estético e da formação da identidade. Fundamentamos a análise com o apoio teórico de Bakhtin e Volochinov (2014), numa abordagem da linguagem que considera o enunciado concreto. Nessa perspectiva, podemos compreender a dimensão ideológica dos poemas dos estudantes. Recorremos também às contribuições do campo da literatura e da estética com Petit (2009 e 2013) e Vigotski (2010), privilegiando as dimensões individual e coletiva da arte, procurando entender em que medida a educação estética pode auxiliar em uma função reparadora de danos psíquicos e sociais. Com base na fundamentação, descrevemos as principais ações desenvolvidas no projeto Arte e Intervenção Social, dentre elas, destaca-se a publicação da obra Entre versos controversos: o canto de Itaquera, coletânea de poemas escrita pelos alunos-poetas. Nessa perspectiva, analisamos vinte e dois poemas publicados no livro a fim de entender de que modo essa iniciativa colaborou na formação dos jovens no que se refere à convivência social, permitindo-lhes assumirem uma posição em relação aos acontecimentos da sociedade, o que os torna cidadãos participativos e conscientes. A partir da análise dos poemas, verificamos que os alunos-poetas encontraram, na escrita criativa, um espaço de elaboração subjetividade e de resistência ao caos interior e a problemas sociais. Os resultados obtidos mostram que as atividades do projeto tiveram papel importante no desenvolvimento da sensibilidade dos estudantes e na formação de suas identidades. Acreditamos que a vivência estética permitiu que os alunos-poetas interpretassem o mundo de um modo diferente e que, a partir de suas produções artísticas, eles encontraram formas de expressar a resistência e de resgatar a própria autoestima e a da região em que residem.

Autoria: Daniel Carvalho de Almeida

Orientadora: Profª. Drª. Maria Inês Batista Campos

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Vlogs - Um estudo das sequências narrativas e argumentativas das produções discentes no Ensino Fundamental

Resumo: O presente trabalho discorre sobre o ensino da produção textual em língua portuguesa, a partir do uso da mídia digital e da seleção do gênero Vlog como um fomento ao processo de ensino-aprendizagem. A audiência dos alunos a estes canais despertou o interesse da pesquisa para a busca de elementos que permitissem conhecer de modo mais aprofundado esse gênero e sua aplicabilidade em sala de aula de língua materna. Acreditamos que essa discussão vá ao encontro da construção de cidadania e práticas sociais entre os jovens, tendo em vista o fato de haver uma inclinação para utilizar as mídias digitais como um processo de articulação e expressão na sociedade, como apontam Borelli et alii, (2009:42) (...) os jovens se articulam preferencialmente em redes de socialidades. Assim, é comum no universo juvenil acompanhar e assistir aos Vlogs (abreviatura de videologs). Nessa direção, temos por objetivos analisar a expressão da opinião e argumentação que surgem nas sequências narrativas e argumentativas das produções orais e escritas dos alunos, para apreender as principais características e dificuldades, tanto em relação à estrutura do texto, quanto ao uso estratégico da língua portuguesa em termos de persuasão. Nesse sentido, procedemos também à observação e à caracterização do ethos, das produções discentes no trabalho com os Vlogs, para entendermos de que modo ele se constitui. Metodologicamente, procedeu-se à aplicação de uma sequência didática em que foram adotados procedimentos de coleta de textos produzidos por alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública municipal de São José dos Campos. Ainda quanto à metodologia, foi solicitado que os alunos acessassem, no canal Youtube, a seis videologs mais assistidos por eles, de acordo com uma pesquisa previamente realizada, a fim de que observassem as características do gênero que produziriam e correspondiam a relatos autobiográficos orais e narrativas de memórias, gravados em vídeo e publicados via internet. Por embasamento teórico, retomamos propostas e expectativas de aprendizagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais, das Diretrizes Curriculares Nacionais e da Matriz Curricular do Município de São José dos Campos adotada pelas escolas da rede municipal de ensino no que se refere ao uso de mídias digitais e das sequências narrativas e argumentativas. Além disso, observamos as concepções dos gêneros do discurso de Bakhtin (2011), de Schneuwly e Dolz (2004), em relação à produção dos gêneros orais e escritos e sua utilização na escola. Recorremos, ainda, a Koch (2011) e Amossy (2008) a respeito de questões de argumentação, conceitos, e procedimentos que necessitam ser mobilizados na produção de narrativas pessoais argumentativas e para as discussões sobre ethos. Retomamos, por fim, os pressupostos de estudiosos que tratassem dos gêneros discursivos emergentes no contexto da tecnologia digital, como Marcuschi (2010) entre outros, inserindo-os na perspectiva dos multiletramentos (ROJO, 2012). Os resultados da pesquisa apontaram para a viabilidade do trabalho com o gênero Vlog em sala de aula, por permitir que o ensino se aproxime ao que ocorre nas práticas sociais e que se refere ao mundo digital. Do mesmo modo, o ensino de produções da ordem do argumentar a partir de narrativas mostrou-se adequado, a partir do gênero Vlog, tendo em vista a possibilidade de os alunos aprenderem questões referentes à argumentação, incluindo-se a constituição da imagem de si para a persuasão.

Autoria: André Rodrigo Ataliba

Orientadora: Profª. Drª. Zilda Gaspar Oliveira de Aquino

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A Nomenclatura Gramatical Brasileira na sala de aula

Resumo: Em todas as disciplinas do currículo escolar são utilizados termos específicos nas aulas. No caso da disciplina de Língua Portuguesa, a terminologia gramatical é utilizada para referir-se à própria língua. Essa terminologia é tradicionalmente denominada Nomenclatura Gramatical Brasileira e conhecida como NGB. Esta pesquisa discute a terminologia gramatical da Língua Portuguesa utilizada na sala de aula do ensino fundamental II e tem como objetivo geral verificar como o aluno, ao chegar no 9.º ano, compreende essa terminologia. Com a finalidade de se chegar ao objetivo geral, por meio de pesquisa de campo, foi aplicado um questionário com termos gramaticais referentes às classes de palavras, a fim de verificar como os estudantes definiriam tais termos, pois são palavras que fazem parte do universo escolar dos alunos, estão inseridas no discurso didático e pedagógico da sala de aula e constam dos livros didáticos utilizados por eles ao longo dos anos escolares. O questionário apresentado trouxe os termos e um espaço em branco para os alunos colocarem o significado de cada um, da maneira como eles os entendem. O trabalho seguiu um percurso semasiológico, ou seja, partiu da designação já estabelecida para o conceito. As definições deles foram analisadas, de forma a averiguar se expressam adequadamente os conceitos observados. Para verificar o que se esperaria dos alunos, foram analisadas as definições presentes nas gramáticas, nos livros didáticos, bem como os conceitos etimológicos dos termos. Como esta pesquisa faz parte de um programa de Mestrado Profissional, ela tem a pretensão de oferecer propostas para o trabalho em sala de aula com essa terminologia, de modo a levar os contributos dos estudos lexicológicos e terminológicos à escola. Os resultados apontam que os alunos têm dificuldade para entender a terminologia gramatical usada nas aulas. Nesse sentido, a pesquisa demonstra a necessidade de se produzir materiais voltados ao ensino e intervenções didáticas que propiciem, de maneira mais eficaz, o entendimento e a apropriação pelos estudantes dos conceitos estudados e utilizados por eles.

Autoria: Fernando de Souza Pereira da Silva

Orientadora: Profª. Drª. Mariângela de Araújo

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O gênero crônica no Ensino Fundamental II e o sujeito-autor: relação dialógica e interativa

Resumo: Esta dissertação relata uma experiência pedagógica de aplicação de sequência didática em duas salas de aula do Ensino Fundamental II de uma escola pública municipal de São Paulo. A atividade foi voltada ao estudo da crônica, com foco no aspecto narrativo, numa perspectiva dialógica e interativa de ensino e aprendizagem, segundo as concepções de Bahkthin (1997), que conceitua os gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados. Para o autor: Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua que efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana.. A partir de atividades de leitura e interpretação de crônicas, pretendeu-se levar os alunos a reconhecer, além das características do gênero, os elementos de coesão e sua importância para a organização e clareza do texto, orientando, assim, o processo autoral de produção textual. Também foi feita a prática de retextualização. Pelo seu caráter híbrido e flexível, as crônicas exerceram um papel motivador importante. A opção pelo trabalho com sequência didática propicia aos estudantes a possibilidade de apropriar-se dos sentidos do gênero abordado e dos mecanismos de funcionamento da linguagem. A esse respeito, Dolz, Noverraz e Schneuwly (2011) afirmam que a sequência didática contribui para desenvolver a capacidade comunicativa dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem pelo fato de propiciarem a criação de contextos reais de produção. Vale ressaltar o papel do professor que, mais do que um mediador, precisa ter uma postura de agente de letramento que, segundo Kleiman(2006), (...) no caso da escola, seria um promotor das capacidades e recursos de seus alunos e suas redes comunicativas. Para o trabalho de retextualização, seguiu-se a proposta de Oliveira (2005), sobretudo nas operações de divisão do texto em unidades de comunicação, adequação das palavras ao sistema ortográfico oficial, eliminação das repetições, introdução da pontuação detalhada, retomada do texto pela leitura. O resultado do trabalho foi positivo, uma vez que houve a adesão de boa parte dos alunos e um aprimoramento da escrita de vários deles. No entanto, cabe ressaltar que as produções textuais, pelas dificuldades individuais, situam-se entre a crônica propriamente dita e narrativas simples, com poucas nuances de humor, de crítica ou de reflexão, como seria de se esperar em uma crônica. Dado que os gêneros são relativamente estáveis, há espaço, também, para a instabilidade que se manifestou na produção dos alunos.

Autoria: Gabriela de Camargo Moreira Rochel

Orientadora: Profa. Dra. Norma Seltzer Goldstein

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A escrita ortográfica no sexto ano do Ensino Fundamental

Resumo: Este trabalho teve como escopo detectar mecanismos presentes no processo de produção escrita de alunos que chegam ao sexto ano do Ensino Fundamental sem o domínio ortográfico esperado nesse nível de escolaridade, considerando o sexto ano como momento nodal para um apoio fundamentado àqueles que apresentem defasagem. Para tanto, analisa produções de quatro alunos de uma escola pública estadual da capital paulista, com base em postulados da Fonética e da Fonologia, em que são observadas as possíveis relações entre a consciência fonológica do português brasileiro e os processos de escrita. Reflexões da Psicolinguística concorrem para o entendimento de que os erros dos alunos são índices a serem considerados para intervenção didático-pedagógica. Para sintonizar intervenções na escola, postulados da Teoria da Atribuição Causal, voltados para a educação, são propostos com o intuito de compreender a disposição dos alunos diante das dinâmicas de ensino e aprendizagem. Uma sistematização das normas ortográficas do português embasa sugestões de abordagens em sala de aula para superação dos problemas apontados.

Autoria: Maria Ângela Padovani

Orientadora: Profª. Drª. Rosane de Sá Amado

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Produção textual para o Enem em sala de aula: uma proposta a partir do Ensino Fundamental

Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo investigar as características das solicitações de produção de texto no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), analisando em que medida os comandos para elaboração desses textos proporcionam o surgimento de um gênero da esfera escolar específico para esse fim e como algumas práticas docentes podem contribuir para um ensino de produção textual que atenda à demanda desse vestibular, desde o Ensino Fundamental. Sem perder de vista o objetivo principal do Programa Mestrado em Letras em Rede Nacional (PROFLETRAS), capacitar professores de Língua Portuguesa para o exercício da docência no Ensino Fundamental, pretendemos contribuir com práticas pertinentes ao ensino de diferentes gêneros orais e escritos, com foco nas produções de texto solicitadas no vestibular Enem, contribuindo para a democratização de acesso às diferentes possibilidades oferecidas a partir desse exame e para a melhoria da qualidade do ensino no país. Seguindo os preceitos dos PCNs e do Currículo do Estado de São Paulo, adotou-se a língua como objeto de estudo da disciplina de Língua Portuguesa, assim como as concepções de gênero apoiadas em Bakhtin (2003), Marchuschi (2005,2008). Em relação à organização do trabalho pedagógico, apoiados nas orientações de Schneuwly e Dolz (2004) e Bronckart (1999), planejamos uma sequência didática para a produção de texto nos moldes do Enem em uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental, cuja validação ocorreu pela análise das competências avaliadas pelo INEP e pelo cotejamento de resultados do mesmo trabalho em uma turma às vésperas do vestibular Enem de 2016, revelando a viabilização da atividade com alunos das séries finais do Ensino Fundamental. Para melhor entendermos as características que possivelmente trariam singularidade ao modelo sugerido pelo Inep, recorremos ao Guia do Participante, ao postulado por Marchuschi sobre o gênero redação de vestibular, de Brakling (2000), de Koche, Boff e Marinello (2014), Costa (2009), Baltar (2007) e Abaurre (2007). Para a discussão de cada uma das competências avaliadas pelo Enem, buscamos o entendimento em Neves (2011), Castilho (2012), Bagno (2011,2014), Aquino (2005) e Koch (2016). Os resultados da pesquisa demonstram que há uma relação direta entre a sequência didática apresentada para o Ensino Fundamental e os textos pretendidos pelo Inep, confirmando a hipótese de que o Enem apresenta características próprias para suas produções textuais que devem ser levadas em consideração nas práticas docentes desde o Ensino Fundamental, em consonância ao ensino de outros gêneros orais e escritos importados pela escola em sua prática cotidiana do ensino da compreensão e produção dos gêneros. Houve ganhos no entendimento de que os alunos escrevem melhor quando apresentados às situações simuladoras da realidade de produção das propostas do Enem, que apontam para uma necessidade de incorporação dessa prática aos materiais didáticos para as séries finais do Ensino Fundamental.

Autoria: Helen Regina Alario Costa

Orientadora: Profª. Drª. Valéria Gil Condé

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A expressividade de prefixos e sufixos: um proposta didática

Resumo: Esta pesquisa objetiva verificar de que maneira os processos de derivação prefixal e sufixal são abordados por materiais didáticos utilizados atualmente no Ensino Funda-mental II e propor atividades que desenvolvem a competência lexical e a competência comunicativa do aluno aprendiz. Primeiramente, analisamos e descrevemos como os processos de formação de palavras são abordados em três materiais didáticos - Por-tuguês: linguagens, 6º ao 9º ano; Projeto Teláris: português: ensino fundamental, 6º ao 9º ano; Para viver juntos: português, 6º ao 9º ano -, obras sugeridas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2016, destinadas ao Ensino Fundamental II. Além disso, questionamos tanto as razões desse conteúdo estar presente majoritariamente no 9º ano, quanto o porquê de não explorarem satisfatoriamente a expressividade das criações lexicais. Percebemos que para se trabalhar com expressividade e com as-pectos semânticos, é necessário repensar as aulas de Língua Portuguesa, principal-mente no que diz respeito ao Ensino do Léxico, uma vez que esse estudo ainda parece estar marginalizado na sala de aula. A fim de mostrar ao professor a importância das discussões sobre processos de formação de palavras, em especial da prefixação e da sufixação, propusemos algumas atividades, por meio da análise de poemas de Ma-noel de Barros, que mostram que os elementos presentes na construção de unidades lexicais vão além das meras descrições normativas encontradas em livros didáticos e em gramáticas. O estudo dos afixos em neologismos presentes na poesia permite que se notem as questões de expressividade na formação de novas palavras. Na busca para se comprovar a importância desse aspecto dos estudos do Léxico, elaboramos e aplicamos exercícios para turmas do 6º ano, visto que consideramos indispensável abordar essa temática logo na série inicial do Ensino Fundamental II. O objetivo das atividades foi o de estimular a reflexão a respeito da importância e do significado das palavras formadas por prefixação e sufixação. Para tanto, voltamos nosso olhar para as construções inesperadas presentes na poética de Manoel de Barros, poeta que une prefixos e sufixos a bases de forma inesperada. Os alunos foram convidados a analisar o sentido desses prefixos e desses sufixos, bem como o significado da nova palavra para que pudessem constatar a questão da expressividade e perceber que as criações lexicais surgem tanto por necessidade quanto por questões estilísticas. Dessa forma, levando a poesia para a sala de aula, pretendemos mostrar aos alunos a importância de se compreender como as palavras são formadas e quais os signifi-cados das criações lexicais poéticas no contexto em que se inserem.

Autoria: Jussara Brito de Souza

Orientadora: Profª. Drª. Elis de Almeida Cardoso Caretta

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Literatura em quadrinhos: percursos e possibilidades na formação do leitor literário

Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo investigar estratégias para a formação do leitor literário a partir da leitura de obras literárias adaptadas em quadrinhos. O enfoque desse estudo está na recepção da Literatura em Quadrinhos por leitores/alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental II, tendo por objeto a leitura da obra Sr. William Shakespeare teatro, de Marcia Williams. Considerando as atuais pesquisas no campo do ensino da língua materna, verifica-se que inúmeros têm sido os desafios e dilemas na formação de leitores proficientes. As práticas sociais de leitura na sociedade contemporânea demandam do leitor habilidades e competências sobre variadas linguagens, códigos e formas de expressão reunidas, muitas vezes, em um único texto, veiculado sob os mais variados suportes e mídias. Em um cenário composto por textos e linguagens híbridas e múltiplas, cabe o questionamento sobre quais são os saberes e competências necessários para que o aluno alcance efetivamente o objetivo da leitura, isto é, a construção de sentidos. Imbricadas na mesma obra, a Literatura, arte da palavra, e a História em Quadrinhos, arte sequencial, formam um texto intersemiótico rico em possibilidades de percursos para o leitor em formação, além de constituírem um campo propício à iniciação estética. Partindo dessas reflexões e hipóteses, este estudo pretende investigar a interação do leitor com a(s)obra e o(s) autor(es) a fim de refletir sobre aspectos sócio e metacognitivos da leitura. Pretende-se contribuir com as discussões sobre formação do leitor literário e a relevância de determinadas obras e linguagens nesse processo. Para tanto, neste estudo de caso, propõe-se a investigação por meio de questionários, diário de leitura e protocolo verbal para subsidiar o conhecimento e a reflexão sobre o processo de leitura da literatura em quadrinhos.

Autoria: Elaine Mendes da Mota

Orientadora: Profª. Drª. Maria Zilda da Cunha

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Um diálogo entre o ensino de Língua Portuguesa e as Ciências Naturais: a aquisição de termos no Ensino Fundamental

Resumo: Esta pesquisa teve como objetivo verificar o processo de aquisição de alguns dos termos das Ciências Naturais por estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental em uma escola da Vila Brasilândia, localizada na zona norte da Cidade de São Paulo. Para se fazer o levantamento do nível de aquisição de termos pelos estudantes, utilizou-se um corpus constituído por 130 questionários específicos, que contêm 10 termos das Ciências Naturais frequentes em contextos definitórios e explicativos presentes em livros didáticos do 2.° ao 5.° ano, selecionados e distribuídos pelo MEC para todas as escolas públicas do Brasil. Para os diálogos teóricos, tomou-se como base os estudos da Psicolinguística realizados por Vigotski e as pesquisas em Lexicologia, Lexicografia, Terminologia e em Linguística Aplicada, desenvolvidas por vários autores, a exemplo de Estopà, Cabré, Lara, Coady, Lewis, Araújo e Souza e Krieger e Finatto. Com base na análise dos dados coletados e nos diálogos teóricos apresentados, constatamos algumas contradições que podem marcar o processo da aprendizagem em matéria de Ciências Naturais e, diante disso, apresentamos uma proposta de intervenção didática, buscando desenvolver atividades relacionadas à aquisição de léxico que poderiam auxiliar no ensino das Ciências Naturais.

Autoria: Elisa Lourenço Pupim

Orientadora: Profª. Drª. Mariângela de Araújo

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Práticas de leitura literária, no ambiente escolar, em face da cultura da convergência

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo investigar como características que são inerentes à cultura da convergência podem fomentar a leitura literária. Destarte, tencionamos observar como o uso da tecnologia pode complementar e enriquecer a leitura, através de práticas que possibilitem a junção das mídias tradicionais e as mídias atuais, para assim ressignificar os hábitos de leitura dos alunos. Propomos atividades de leitura participativa e intersemiótica com o uso de dispositivos tecnológicos, que favoreçam o gosto pela leitura e o desenvolvimento de competência de compreensão e de produção de textos narrativos. Utilizamos em momentos diferentes da pesquisa, dois questionários para obtermos dados qualitativos em relação às propostas realizadas. Concluímos que as mudanças nas práticas de leitura em sala de aula são vitais, uma vez que as conversões culturais não podem ser dissociadas das transformações educacionais.

Autoria: Uilma Matos dos Santos Melo

Orientador: Prof. Dr. Emerson da Cruz Inácio

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Vozes ignoradas: Cuti e Sérgio Vaz no Ensino Fundamental

Resumo: Este projeto de pesquisa teve por objetivo desenvolver e aplicar, no Ensino Fundamental II (EF II), uma sequência didática, de autoria própria, focada nas Literaturas Periférica e Afro-Brasileira, a partir das obras de dois autores selecionados: Sérgio Vaz, voz importante da Literatura Periférica (1964), e Cuti (pseudônimo de Luiz Silva, 1951), expoente da Literatura Afro-Brasileira. Esse propósito se articula com a Lei 11.645/2008, atualização da Lei 10.639/2003, que determina o ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras em todos os níveis de ensino no Brasil. Nesse sentido, abordou-se a situação do negro no Brasil, explorando os conceitos de negritude e branquitude, e desenvolvendo considerações sobre a leitura literária, subjetividade e identidade. Este trabalho compreendeu pesquisa qualitativa, com a aplicação de um questionário direcionado aos alunos de dois 6os anos e um 7º ano, para os quais este pesquisador/professor lecionou; a pesquisa sondou, entre outros, os conhecimentos dos estudantes sobre a África e a literatura negra assim como suas noções de preconceito, negritude e branquitude, que passam, necessariamente, por valores sociais, estéticos, éticos e culturais, construídos socialmente. Desenvolveu-se, por fim, uma proposta didática aplicável ao 6º e 7º anos do Ciclo II do Ensino Fundamental (EF II), com o intuito de abrir espaço para a inclusão e a discussão da leitura literária da Literatura Afro-Brasileira e da Literatura Periférica no Ensino Fundamental da escola pública. Buscou-se promover a mediação e fruição literária a partir da seleção de textos narrativos (contos) e poéticos, contribuindo para a educação para as relações étnico-raciais. Após a formulação e a aplicação das atividades didáticas, prosseguiu-se com a leitura de todas as produções escritas dos alunos, com a seleção de excertos, de modo a obter uma perspectiva de sua aprendizagem e apreensão dessas literaturas, tendo em vista os dados iniciais fornecidos por eles em resposta à pesquisa realizada no início do projeto.

Autoria: Fernando Januario Pimenta

Orientador: Prof. Dr. Emerson da Cruz Inácio

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