Ingressantes em 2013

Ingressantes em 2013

O ensino do artigo de opinião: das teorias às atividades didáticas dos apostilados da rede pública paulista

Resumo: Esta dissertação trata de questões voltadas ao ensino do gênero artigo de opinião no 9º ano do Ensino Fundamental e tem por propostas conhecer e explicitar de que modo os alunos são orientados quanto à aprendizagem desse gênero e quais resultados se observam quanto aos textos produzidos por esses estudantes. Para tal fim, procedemos à análise do Currículo Oficial de Língua Portuguesa, adotado nas escolas da rede estadual de ensino do Estado de São Paulo, além de descrevermos e analisarmos as atividades propostas para a aprendizagem do artigo de opinião contidas no Caderno do Aluno. Nos textos produzidos pelos alunos, examinamos a estrutura do artigo de opinião e o uso estratégico da língua portuguesa em termos de persuasão. A base teórica que fundamentou nossa investigação está pautada na definição de texto e gênero do discurso de Bakhtin (2011[1959-61]), que concebe a linguagem como um conjunto de práticas sociointeracionais, realizadas por sujeitos históricos e reconhece os gêneros como elementos fundamentais para a comunicação humana. Quanto às estratégias de ensino de produção textual recorremos a Koch (2012; 2013; 2014). No que tange à Argumentação, conceitos e procedimentos que necessitam ser mobilizados na produção de textos argumentativos, recorremos aos pressupostos da Nova Retórica, elaborados por Perelman e Olbrechts-Tyteca (2005[1958]) e, também aos estudos de Amossy (2011), Aquino (1997) e Koch (2011) referentes ao trabalho com estratégias argumentativas e critérios para a análise de textos argumentativos. Como resultado, observamos um distanciamento entre o que está prescrito no Currículo de Língua Portuguesa e as atividades propostas aos alunos para a aprendizagem do artigo de opinião. Verificamos, ainda, que as Situações de Aprendizagem analisadas não contribuem para uma aprendizagem significativa desse gênero discursivo, uma vez que os encaminhamentos propostos para o ensino da produção textual não possibilitam que os alunos vivenciem a escrita argumentativa como prática social significativa. Quanto à análise das produções textuais dos alunos, constatamos que, embora sejam capazes de assumir um posicionamento claro a respeito da polêmica apresentada, os estudantes apresentam dificuldades tanto na estruturação do artigo de opinião, quanto no emprego dos fatores linguísticos e discursivos que contribuem para a construção da coerência textual.

Autoria: Sílvia Mamede de Carvalho

Orientadora: Profª. Drª. Zilda Gaspar Oliveira de Aquino

A formação do leitor literário do ensino fundamental II: reflexões sobre uma proposta

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo contextualizar, esquematizar e refletir sobre os resultados alcançados durante a Proposta Anual de Formação Literária (PAFL). Trabalho desenvolvido para o programa de pós-graduação de mestrado profissional PROFLETRAS e aplicado na Escola Estadual Profa. Zilah Ferreira Passarelli de Campos, de São José dos Campos/SP, a alunos do 9º ano do ensino fundamental II. O foco do trabalho desenvolvido foi proporcionar aos alunos de 9º ano, além do contato com um cânone literário de transição entre os estágios da formação do leitor, a promoção de projetos de leitura e atividades, dentro ou fora da sala de aula, que contribuíssem para a formação literária efetiva, utilizando-se tanto de produção literária indicada ao público juvenil, como produções destinadas ao leitor adulto, mas que adaptadas ou não possuíssem afinidades com o leitor em formação, a fim de proporcionar desenvolvimento do leitor literário ao final do ensino fundamental. Portanto, busca-se no relato da proposta realizada, descrever a realidade do ensino da literatura em uma escola pública; delinear os aspectos profissionais; sistematizar as práticas realizadas; promover a exposição pormenorizada das obras escolhidas, dos projetos literários aplicados e das atividades realizadas; apresentando os dados e os resultados obtidos pelos alunos participantes da PAFL.

Autoria: Vania Neves Valva

Orientador: Prof. Dr. José Nicolau Gregorin Filho

Leituras de África e a formação do leitor literário

Resumo: Este trabalho pretende discutir a importância da Literatura Juvenil Africana para o processo de formação do leitor literário, tendo em vista a prioridade dada pela educação brasileira à diversidade histórica e cultural que a constitui. A pesquisa, cujos objetivos são apresentar algumas reflexões acerca do ensino de leitura literária e contribuir para a aplicação da Lei 10.639/03, possui caráter empírico. Foram selecionadas duas obras Ynari- a menina das cinco tranças e Uma escuridão bonita, ambas do escritor angolano Ondjaki a fim de desenvolver um projeto de leitura com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II, numa escola do município de São Paulo. Essa seleção baseou-se na importância dada ao negro e na valorização de alguns dos aspectos centrais da cultura africana o respeito pelo mais velho, o poder da palavra e importância da tradição oral. A leitura dessas obras buscou ressignificar o olhar das crianças e adolescentes sobre a história e cultura africana, marcadas pelo preconceito e estigmas seculares no Brasil. As reflexões histórico-teóricas sobre a formação do leitor literário pretendem contribuir com a metodologia adotada e oferecer para os docentes um material mais completo. Este trabalho está fundamentado numa perspectiva comparatista, pois estabelece relações entre Literatura Infantil/Juvenil e Sociedade.

Autoria: Silvana Aparecida da Silva

Orientador: Prof. Dr. José Nicolau Gregorin Filho

Da prescrição do apostilado do Estado de São Paulo à produção de notícia: múltiplos caminhos

Resumo: Nesta dissertação, o objetivo é investigar as propostas de ensino do gênero notícia no Material de Apoio ao Currículo do Estado de São Paulo, especificamente o Caderno do aluno, de Língua Portuguesa, do 7º ano do Ensino fundamental. Tendo em vista os procedimentos didáticos prescritos no apostilado que apresentam propostas de redações, analisamos um conjunto de cinquenta textos dos alunos que responderam a proposta de escrita de uma notícia sobre o tema: Clonagem de animais. Para atender aos propósitos deste estudo, primeiramente, elaboramos um breve histórico do surgimento dos apostilados até chegar à criação desses materiais pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Descrevemos e analisamos os encaminhamentos dado ao ensino da notícia nas Situações de aprendizagem do manual. Em seguida, tratamos das produções dos alunos, e para isso examinamos a construção dos textos observando os procedimentos linguístico-discursivos recorrentes da remissão de discursos alheios, o uso de duas estratégias, como a paráfrase e a alusão. O aporte teórico no qual nos baseamos, é oriundo das contribuições dos estudos do letramento, segundo TFOUNI, (1988, 2005); SOARES, (2002, 2004); KLEIMAN, (1995); ROJO, (2001, 2009, 2012); STREET, (2014). Esses autores concebem os usos e funções sociais da leitura e da escrita. Elencamos, também, conceitos de notícia. Assim, para o entendimento da organização e composição desse gênero no contexto escolar, convocamos PEIXOTO, (2001); ZANCHETTA, (2004); FARIA e ZANCHETTA JR, (2007). Em se tratando das estratégias de reformulação, empregamos as definições de paráfrase de FUCHS (1985); HILGERT, (2002, 2010); MESERANI, (2008), e a conceituação de alusão de CAVALCANTE, (2013). Os resultados obtidos indicam que o apostilado aplicado isoladamente é insuficiente para que os alunos componham textos do gênero determinado. Isso ocorre devido a lacunas no material, que aborda a produção de notícias como modelo a ser seguido, baseado em estruturas, desconsiderando aspectos e etapas, relativos à construção do texto, as condições de produção que envolvem as esferas de produção, circulação e recepção. No que diz respeito à análise dos textos dos discentes, constatamos que eles se situaram frente às exigências do apostilado. No entanto, só conseguiram estruturar seus textos por meio da utilização de recursos oriundos da coletânea levada pela professora-pesquisadora. Na busca pelo estabelecimento de diálogos com a proposta de notícia do manual e com a coletânea de textos, os alunos recorreram aos procedimentos da alusão e da paráfrase. Esses modos de apreensão e referência ao discurso alheio revelam diferentes caminhos interpretativos e a apropriação da palavra do outro. Nas redações, encontramos diferentes posicionamentos dos alunos, em alguns casos, colocaram-se como escritores e, em outros, como reprodutores do padrão de escrita fornecido pelo apostilado.

Autoria: Debora Mariana Ribeiro

Orientadora: Profª. Drª. Maria Inês Batista Campos

Estratégias de leitura no ensino de língua portuguesa: a observação das escolhas lexicais e seu efeito de sentido nos contos de Lygia Fagundes Telles

Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo elaborar uma proposta de ensino de língua portuguesa que vise direcionar alunos do 9° ano do Ensino Fundamental II a aplicar estratégias de leitura tendo como foco o texto literário, mais especificamente a estratégia de observar as escolhas lexicais realizadas por um escritor, para que possam fazer uso dessas observações na interpretação textual. Para isso, partimos da análise das escolhas lexicais de Lygia Fagundes Telles, observando o papel dos recursos expressivos encontrados em três contos da autora: Natal na Barca, Verde Lagarto Amarelo e A caçada. Procurou-se dar ênfase ao papel das palavras que exercem função caracterizadora na construção de elementos descritivos nos contos literários estudados. Com base na análise estabelecida, apontam-se direcionamentos para a prática pedagógica, que visem repensar o ensino da língua presente nos currículos escolares atualmente, buscando-se observar estratégias do ensino da leitura que refletem sobre questões linguísticas, discursivas e estéticas do texto. Na análise dos contos, procurou-se mostrar como a construção da caracterização do ambiente e das personagens por meio das escolhas lexicais ajuda a criar a atmosfera do texto, imprimindo uma imagem que se agrega à produção de efeitos de sentido, assim como a averiguar como os elementos expressivos no texto podem colaborar com seu entendimento, possibilitando leitura crítica e apreciação estética. Para se atingir o objetivo proposto, esta pesquisa se baseou na Morfologia, na Lexicologia, na Estilística e na Semântica, tanto para a análise do corpus quanto para a elaboração da sequência didática. Após a aplicação da sequência didática em sala de aula, verificou-se que os estudantes têm dificuldade em sistematizar conceitos gramaticais e utilizá-los na análise textual. Pôde-se observar, ainda, que quando existe uma estratégia clara e delineada para o aluno, este pode ser conduzido a compreender um texto com mais autonomia.

Autoria: Ticiana Losano

Orientadora: Profª. Drª. Elis de Almeida Cardoso Caretta

Crônicas na sala de aula: práticas de leitura e (re)conhecimento de mundo

Resumo: Esta dissertação tem como objetivo evidenciar as práticas de leitura na sala de aula, no dia a dia da escola, procurando maneiras diferentes de aproximar os alunos da leitura literária. A escolha de se trabalhar com o gênero crônica surgiu da hipótese de que ele facilita o processo do ensino-aprendizagem em Língua Portuguesa. Por meio dele, os alunos podem assumir-se como produtores do conhecimento e passam a ser sujeitos desse processo. Na sequência, o trabalho traz ainda dois outros gêneros textuais: a entrevista e o vídeo documentário que puderam ser desenvolvidos com base na leitura de crônicas na sala de aula. O tratamento metodológico construiu-se à medida que as situações reais de sala de aula e os questionamentos dos alunos foram surgindo e questões foram se impondo. A partir desse fato a fundamentação teórica se justifica pela necessidade real da investigação dos textos. Este trabalho se propõe ainda a desenvolver atividades que promovam a produção de sentido com base nas práticas de leituras, com os alunos de uma turma de 7º ano, de uma escola da rede pública do Estado de São Paulo.

Autoria: Roseli Luz Correia

Orientador: Prof. Dr. José Nicolau Gregorin Filho

Literaturas africanas e afro-brasileira no Ensino Fundamental II

Resumo: A pesquisa aqui apresentada tem por objetivo analisar, junto a professores e professoras do Ensino Fundamental II (EF II) da rede pública do estado e da prefeitura de São Paulo, a presença de literaturas africanas e afro-brasileira em sala de aula. Esse propósito se articula com a Lei 10.639/2003, cuja premissa básica é o ensino de história e cultura africana e afro-brasileira em todos os níveis educacionais no Brasil. A noção impetrada pela referida Lei deve nortear as propostas educacionais desde o nível básico até o ensino superior, sendo incluída na formulação dos projetos pedagógicos das escolas e nas próprias aulas. Nesse sentido, inicia-se a pesquisa por uma abordagem teórico-pedagógica ligada ao impacto de tal Lei na educação. Segue-se a isso a consideração da situação do negro no Brasil, observada desde os desdobramentos que o regime escravocrata exerceu em terras brasileiras, até as consequências desse período histórico para as populações afro-brasileiras no pós-abolicionismo, culminando com o alargamento progressivo dos direitos conquistados pela população afrodescendente. Segue-se, então, um breve estudo da Lei citada, das obrigações dela decorrentes, bem como de políticas afirmativas. Apresentam-se, posteriormente, reflexões sobre a abordagem da leitura literária em ambiente escolar. Por fim, tem-se uma pesquisa de campo qualitativa, realizada através da aplicação de questionários direcionados a professores/as de língua portuguesa, e da realização de uma roda de conversa entre docentes, a fim de se constatar em que medida suas práticas de ensino contemplam o tema da Lei no âmbito literário. Após as ações práticas, realiza-se a apuração dos resultados obtidos, a partir da discussão da perspectiva da Lei 10.639/2003 e de como têm sido conduzidas suas implicações para a educação pública. O objetivo precípuo desse método de trabalho é observar de que maneira a educação para as relações étnico-raciais tem se consolidado no ensino paulista, e qual o atual estágio de sua efetivação em algumas escolas da rede pública de São Paulo.

Autoria: André de Godoy Bueno

Orientadora: Profª. Drª. Vima Lia de Rossi Martin

Objetos de aprendizagem no ensino de língua materna: novos gestos de leitura

Resumo: O mundo passa por constantes transformações e a educação deve acompanhar esta demanda, já que as mudanças refletem direta e indiretamente na maneira de as pessoas agirem e, consequentemente, na forma de aprenderem. Desse modo, é possível dizer que a tecnologia vem afetando a aprendizagem da língua materna. Por esse motivo, apresentamos uma pesquisa que acredita que as práticas de leitura na sala de aula precisam ser revisadas e adaptadas para um novo público, que é, em decorrência da tecnologia, muito dinâmico. A partir de um diagnóstico que considera esses aspectos, este trabalho tem por objetivo analisar e discutir uma nova forma de inserir a leitura de texto literário no contexto educacional atual por meio dos objetos de aprendizagem. Assim, a pesquisa averigua de que modo os objetos de aprendizagens podem significar e ressignificar a compreensão do texto literário no momento pós-leitura. Para tanto, observamos por meio de uma pesquisa qualitativa, com ênfase no estudo de caso, as estratégias utilizadas pelos estudantes para compreender um texto multimodal e, ainda, observamos o impacto dessa leitura no processo de construção de sentido. O levantamento de dados aconteceu com a aplicação de uma Sequência Didática aos alunos do 9º B da EMEF Padre Domingos Zatti, escola municipal localizada na cidade de Campinas. A partir da realização das atividades, por meio de critérios descritos ao longo deste trabalho, são escolhidos três alunos para o estudo de caso. Nesse procedimento metodológico, os estudantes passam por entrevista durante a leitura de O Corvo texto de Edgar Allan Poe inicialmente por meio do suporte físico papel e, em seguida, por meio do suporte físico digital, tela do computador, com utilização de um objeto de aprendizagem. Após as leituras, também respondem a algumas questões propostas pela pesquisadora. Todas as respostas geram dados que são transcritos e analisados. A partir desse material, observamos que o uso dos objetos educacionais em aulas de leitura pode estimular os alunos a uma prática leitora com níveis de compreensão mais produtivo, já que o texto multimodal pressupõe o uso de mais de uma modalidade, facilitando a construção de sentido. No entanto, os resultados nos mostram que a leitura de um texto multimodal por meio da tecnologia só pode otimizar o processo de compreensão se estiver atrelado a um método pedagógico eficaz, que considera a prática situada, ou seja, o aluno e a sua cultura. Assim, é possível concluir que a prática docente com utilização da tecnologia não é melhor do que a prática sem o uso de aparatos tecnológicos da atualidade, apenas diferente. E, por isso, requer uma postura docente diferente, pois os estudantes têm novos gestos de leitura a partir de um texto multimodal.

Autoria: Esther Ribeiro Lino Favero de Souza

Orientadora: Profª. Drª. Maria Helena da Nóbrega

Léxico e denúncia social: uma abordagem do conto Negrinha em aulas de língua portuguesa

Resumo: Considerando a formação do leitor proficiente em aulas de língua portuguesa, com o presente trabalho se propôs a elaborar uma sequência de atividades e aplicá-la em uma turma de 9º ano, do Ensino Fundamental II, em uma escola de rede pública estadual de ensino. Em seguida foi feita uma análise, com o intuito de demonstrar como a escolha lexical transmite a ideologia do autor do texto, assumindo, muitas vezes, um caráter de crítica e denúncia social. Para isso, foi utilizado o conto Negrinha, de Monteiro Lobato, como base do estudo em sala de aula. As práticas de leitura e análise desenvolvidas procuraram esclarecer como algumas palavras e expressões diferenciam as personagens e seus comportamentos, caracterizando-as como dominante e dominada, inseridas num contexto histórico-social. Nesse sentido, buscou-se evidenciar como o autor Monteiro Lobato valeu-se da escolha lexical para demonstrar a permanência da ideologia do regime escravocrata no conto Negrinha, mesmo depois da abolição. Como resultado, pode-se constatar que a compreensão dessas escolhas levam o discente ao desenvolvimento de suas habilidades leitoras e escritoras de maneira crítica e reflexiva, preparando-o para outras leituras, além do contexto escolar.

Autoria: Isabel Endres Gomes

Orientadora: Profª. Drª. Elis de Almeida Cardoso Caretta

Estudo do diminutivo em -inho/zinho no livro didático do projeto teláris de língua portuguesa do Ensino Fundamental II

Resumo: Esta pesquisa investiga como o livro didático de Língua Portuguesa do Projeto Teláris, destinado ao Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano, escolhido pelas professoras de Língua Portuguesa da Unidade Municipal de Ensino Mario de Oliveira Moreira, no PNLD, de 2012, aborda o uso do diminutivo no volume do 6° ano do Ensino Fundamental. Foram verificadas questões referentes a como ocorre a contextualização das atividades, a importância que se dá à norma gramatical ou ao uso e o papel do texto nas propostas de atividades voltadas ao léxico e à língua. A partir disso, foi elaborada e aplicada uma sequência de atividades que promovesse o estudo e a reflexão sobre o tópico, assim, visando ao ensino dos usos que possibilitassem ao aluno ampliar seu repertório de possibilidades expressivas e estilísticas desse elemento linguístico. Pretende-se, com isso, apresentar propostas de trabalho com o livro didático, voltado aos estudos sobre a língua, que proporcionem ao professor a conquista de uma prática mais autônoma, sem desprezar o livro didático, que poderá lhe servir como aliado se usado de forma crítica, e sem permitir que este descaracterize o seu papel docente, tão fundamental no processo pedagógico.

Autoria: Elizabeth da Silva Macena

Orientadora: Profª. Drª. Valéria Gil Condé

Argumentação e cidadania no artigo de opinião em sala de aula

Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo investigar as atividades do professor com gêneros argumentativos em sala de aula e analisar em que medida a preparação dessas atividades contribuem com a escrita do gênero artigo de opinião por alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do Estado de São Paulo. Seguindo os preceitos dos PCNs e do Currículo do Estado de São Paulo, adotou-se a língua como objeto de estudo da disciplina de Língua Portuguesa, assim como as concepções de gêneros discursivos apoiadas em Bakthin (2003), Marcuschi (2008) e Rojo (2000). Em relação à organização do trabalho pedagógico, apoiados nas orientações de Schneuwly e Dolz (2004) planejou-se uma sequência didática para a produção de artigo de opinião. Tomou-se como produção inicial e produção final as avaliações externas aplicadas, respectivamente, no primeiro e segundo semestre, as AAP (Avaliação de Aprendizagem em processo). As atividades dos materiais didático-pedagógicos utilizados foram selecionadas procurando atender a reflexão sobre as características do gênero formuladas por Rodrigues (2000) Brakling (2000) e outros autores pesquisados. Quanto às estratégias de ensino de produção textual escrita, recorremos a Antunes (2003) e Geraldi (1991), evidenciando as etapas de planejamento e preparo para a produção escrita. A análise das produções, dentro de uma perspectiva enunciativa e interacionista da língua, procurou evidenciar os recursos linguísticos-discursivo empregados pelos alunos para a construção da argumentação. Para melhor compreender o uso desses recursos argumentativos recorreu-se à Retórica de Aristóteles associando-se aos estudos da Nova Retórica de PERELMAN & OLBRECHTS-TYTECA (1996). Os resultados da pesquisa demonstram que há uma relação direta entre as escolhas teóricas para a organização do trabalho pedagógico e a melhora da qualidade de escrita dos alunos. Confirmou-se também a hipótese da relevância do ensino dos gêneros argumentativos, pois os alunos-autores demonstraram um posicionamento crítico em relação aos temas abordados nas produções textuais. Houve ganhos quanto à organização e produtividade textual, efeito das atividades de leitura e alimentação temática, mas por outro lado, as fragilidades das atividades específicas para a construção do gênero, aliados aos problemas relativos às propostas sugeridas apontam para uma reorientação do trabalho com o gênero artigo de opinião.

Autoria: Maria de Fatima Rodrigues da Silva Paulino

Orientadora: Profª. Drª. Sheila Vieira de Camargo Grillo

Literatura Afrobrasileira e Identidade: proposta de Sequência Didática para o Ensino Fundamental II

Resumo: Este projeto de pesquisa tem como objetivos estimular, com base na Lei nº 10.639/2003, o interesse pela Literatura Afrobrasileira como ferramenta contra as diferenças étnico-raciais, as práticas de racismo e a segregação no ambiente escolar; motivar os alunos, em especial os afrodescendentes, a valorizarem a cultura brasileira de matriz africana; fomentar a prática cotidiana da leitura literária, do debate e do diálogo para formar leitores críticos, capazes de (re)escrever sua própria história. A ação metodológica da pesquisa desenvolve-se mediante três etapas. A primeira é a analise de um questionário destinado aos professores relacionado aos temas étnico-raciais. A segunda verifica qual é a percepção que os alunos têm de si mesmos diante do outro no espaço escolar. A terceira propõe, aos discentes do Ensino Fundamental II, um conjunto de atividades organizadas através de uma Sequência Didática que lhes possibilite o resgate de sua ascendência e autoestima enquanto estudantes afrobrasileiros. O ponto de partida para a SD é a leitura do livro Pretinha, eu? (2008), de Júlio Emílio Braz, pois rompe com a folclorização e com as imagens estereotipadas que desqualificam os negros, permitindo que os jovens afrodescendentes protagonizem suas próprias histórias, ao verem suas imagens e vozes refletidas nas falas e nas ações das protagonistas negras do romance. Os demais alunos, por outro lado, aprendem a ter um olhar menos preconceituoso e excludente no tocante ao biotipo negro. Ao final, reiteramos a necessidade de incentivar a prática da leitura literária, do debate e do diálogo para estimular leitores críticos e capazes de (re)escrever e protagonizar suas próprias histórias identitárias despidas de preconceito e de estereótipos.

Autoria: Anilda de Fátima Piva dos Santos

Orientador: Prof. Dr. Emerson da Cruz Inácio